sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Resenha do Livro O QUE É O VIRTUAL? (Pierre Lévy)





Pierre Lévy é filósofo. Nasceu em 1956, na cidade de Túnis (Tunísia). Realizou seus estudos na França, doutorou-se em Sociologia e em Ciências da Informação e da Comunicação. Lecionou em várias universidades de Paris e Montréal. Atualmente é professor da UQTR (Université du Québec à Trois-Rivières), na cidade de Quebec, Canadá.

Escreveu diversos livros sobre cultura do mundo virtual e as novas tecnologias. Pierre Lévy é um dos principais pensadores da cibercultura. Escreveu diversos textos sobre a nova forma de escrita, o hipertexto. Sua principal obra nesse campo é o livro "Ideografia Dinâmica", onde Levy afirma inclusive que "estamos reinventando a escrita". É um dos mais proeminentes pensadores da atualidade sobre a temática das novas mídias digitais, e entusiasta acerca das possibilidades cognitivas e antropológicas da internet. Lévy foi quem propôs o conceito de “inteligência coletiva” no começo dos anos 90, quando a internet comercial ainda engatinhava.

Em seu livro, O QUE É O VIRTUAL? Pierre Lévy, nos leva a uma desconstrução e as possiveis analises e reflexões sobre o que muitas pessoas imaginam sobre o conceito de virtualidade, e que contrariando "virtual" não é antônimo de "real" e muito menos sinônimo de "imaginário". Lévy explica o conceito sob aspectos filosóficos e antropológicos, além de reivindicar para o movimento atual de virtualização (em discussão principalmente devido ao fenômeno da “Internet" e da WEB 2.0) uma visão menos caótica e problemática e mais otimista: "Cessemos de diabolizar o virtual (como se fosse o contrário do real!)"
Lévy mostra as diversas virtualizações que fizeram o "humano": a linguagem ("virtualização do presente"), a técnica ("virtualização da ação"), o contrato ("virtualização da violência"). O livro aborda mais profundamente outras virtualizações, tais como a virtualização do corpo, do texto e da economia. Dedica mais de um capítulo a virtualização da inteligência - tanto a inteligência coletiva quanto a pessoal e de como a virtualização predispõe a maneira de pensar do indivíduo e dos grupos .

Sem ser um texto "pesado", apesar de encerrar um estudo sério, muitas vezes difícil de ser acompanhado em algumas passagens (o que é caracteristico desse autor em muitas de suas obras), o livro é uma ótima dica para educadores, antropólogos, filósofos, sociólogos e todos aqueles que desejam compreender esses e outros conceitos sobre a virtualidade, e os processos que estão envolvidos nos atos cognitivos do ser humano seja na objetividade ou na subjetividade nas produções coletivas e individuais disseminadas e inseridas em uma rede, de tempos e espaços infinitos.
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A Auto-criação da espécie humana, é o ponto de partida para o livro O que é o virtual? do filósofo francês Pierre Lévy. O autor aborda o fenômeno da virtualização à luz da relação entre a comunicação virtual e as características da sociedade contemporânea. A reflexão centra-se numa tripla abordagem (definida por Lévy como o triplo interesse do livro): filosófica (o conceito de virtual e o movimento da virtualização), antropológica (o processo de hominização que nasce com a virtualização) e sociopolítica (a mutação contemporânea que nos torna atores de uma realidade acelerada).
A hipótese que Pierre Lévy equaciona, a propósito do processo de virtualização, opõe-se à idéia de desaparecimento universal, explicitada por Jean Baudrillard ou à ameaça de um apocalipse cultural anunciada por Paul Virilio. A proposta de Lévy centra-se na comunicação virtual enquanto elemento de um processo que abrange toda a vida social, sublinhando aspectos como a diferenciação entre o virtual e o real, a dimensão econômica da comunicação, a desterritorialização e a problemática da temporalidade associada ao movimento de virtualização. Pierre Lévy defende que o virtual não se opõe ao real. O autor nos propõe uma desmistificação dos opostos (que para nós algumas vezes parecem sinônimos), enunciando duas dialéticas: possível/real e virtual/atual. Estes quatro conceitos existem nos domínios do latente e do manifesto, o que remete para as noções de subjetividade e de objetividade o latente anuncia o dever, o manifesto situa-se na esfera da objetivação, da concretização. No âmbito das dialéticas possível/real e virtual/atual, Pierre Lévy invoca estas quatro formas de existir para definir duas ordens: a da seleção e a da criação que correspondem aos pares possível/real e virtual/atual, respectivamente.

A tese de Lévy sustenta que o possível se caracteriza por ser um conjunto de possibilidades pré-determinadas, a que falta existência. O processo de realização remete o conceito de possível, que se situa no âmbito do latente, para a noção de real, que se define como algo concreto (a concretização) no pólo do manifesto. Segundo o autor, o virtual é mediado ou potenciado pelas tecnologias, sendo produto de exteriorização de construções mentais em espaços de interação cibernéticos. Neste sentido, o virtual não remete para operações puramente lógicas. É interpretado por Lévy como uma maneira de ser diferente do possível e do real, é o que existe em potência e não em simples atos.

Para Levy, a atualização, que se assume como o movimento inverso à virtualização, parte de um problema. O virtual, para uma solução. Esta transformação é a invenção de uma solução exigida por um complexo programático. Dessa maneira, para Levy o atual objetiva o virtual, situando-se no pólo do manifesto. O virtual, enquanto algo que existe em potência, anuncia transformações e o seu movimento e insere-se no domínio do latente.

As dialéticas postuladas por Lévy remetem para quatro passagens/transformações: realização, potenciação, atualização e virtualização. Cada um destes processos centra-se na idéia de ciclo: o possível (o pré-definido) concretiza-se no real (realização), esta operação dá origem a uma conseqüente potenciação (novo conjunto de possibilidades); o virtual (o problema) passa a atual quando é solucionado (atualização), potenciando em seguida uma nova virtualização; passa de uma dada solução a um (outro) problema.

Finalisando, Levy nos indica a idéia de virtual enquanto potência pode remeter para a noção de ilusão, mas o autor sublinha que este elemento não se situa no domínio “dos sonhos”: A virtualização é um dos principais vetores de criação da realidade. Neste sentido, o virtual existe e produz efeitos. Logo, o movimento de virtualização implica irreversibilidade nos seus efeitos, indeterminação no seu processo e invenção/criação do seu espaço. Será, então, a virtualização um fenômeno da contemporaneidade? Lévy considera que, pelo contrário, antes das tecnologias eletrônicas (dos dispositivos tecnológicos), já existiam vetores de virtualização, como a imaginação, a memória, o conhecimento e a religião.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dimensões? Estruturantes? Tecnologias? --> EDUCAÇÃO + CONHECIMENTO

BONILLA, Maria Helena.BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador:EDUFBA, 2005. p.70-81.

O texto de Bonilla nos remete a uma reflexão social e educacional muito grande, pois esse texto excita e incita a pensarmos e refletirmos sobre as praticas educacionais contextualizando com o tempo histórico da educação que passou por vários "processos e maneiras" como a oral, escrita... e da evolução desde a sociedade moderna à atual Contemporânea, segundo ela que através do intenso uso das TIC e das aprendizagens significativas e colaborativas que tais recursos vem à alguns anos e atualmente proporcionam a todos os envolvidos, diretos e indiretos nesse processo.

A sociedade atual em que estamos vivendo vem passando a alguns anos, décadas e séculos por transformações diversas. Transformações essas que hoje muitas vezes nos parece banais, deficientes e até despercebidas. Atualmente, em todas as instituições sociais (igreja, família, hospitais e a escola) há novas maneiras de pensar e agir, estamos mais “livres” e “autônomos” em nossas criações cognitivas, nos interesses ideológicos e em nossas elaborações mentais. Isso não é só fruto do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação e dos recursos oferecidos pelas mesmas, mas sim das diversas aprendizagens (elaborações mentais e cognitivas) e das colaborações diversificadas entre os seres em diferentes contextos, espaços e tempo realizadas com o progresso humano do "uso" delas.

Porém, essa "mutação"- transformação e a "rapidez" dessas novas relações, interações e nas inúmeras aquisições do conhecimento nas maneiras de informar, ensinar e aprender, com as novas tecnologias em educação nos remete a novos questionamentos como os valores morais e éticos tão esquecidos e necessários nessa "nossa agitada rotina social". Principalmente ao analisarmos e discutimos o currículo escolar, o real ou irreal papel da escola, a relação professor – aluno/e esse aluno na comunidade e com outras comunidades etc.

Bonilla nos chama atenção para a complexidade de todos esses níveis sociais de colaboração, interação e aprendizagem. Precisamos todos (família, professores e estudantes e a escola como instituição) estarmos atentos e coesos nessa rede de colaboração, pesquisa e de aprendizagem, não esquecendo das variadas discussões a serem proporcionadas com os novos paradigmas educacionais advindos dessa utilização das tecnologias principalmente no modo de criar, absorver e refletir o conhecimento e as mais diferentes visões de mundo... E não podemos esquecer de discutir na web, dentro ou fora da escola temas as vezes deixado de lado pelos currículos formais como cidadania, valores éticos e morais e o bem estar mental, corporal e ambiental e conseqüentemente o bem estar social.

"FILOSOFIA E ÉTICA HACKER...SER HACKER OU NÃO SER CRACKER?" EIS A QUESTÃO...



Em 25/09/2010, na UFBA houve uma bela exposição e discussão sobre a leitura do livro do autor Himanen, Pekka. The Hacker Ethic and Spirit pf the Information Age. New York: Random House, 2001. (Edição em Espanhol: Etica del Hacker y el espiritu de la era de la Informacción (2004), Editora Destino).

A ÉTICA é um "valor" e uma "dádiva" importante em todas as atividades humanas. "Os grupos sociais mais diversificados e em contextos diferenciados acabam construindo finalidades, critérios e regras para sua existência e para as suas ações. Estar de acordo com esses objetivos e metas estabelecidas em conjunto é atuar com ética.

A cultura (filosofia) hacker é essencialmente baseada em atitudes éticas e no tripé de conceitos como: liberdade, colaboração e contrução de saberes e conhecimento.

Sendo assim, o HACKER (ao contrario do conceito disseminado e exandido que conhecemos através da MÍDIA), na verdade é um entusiasta, "um buliçoso" um "investigador" em qualquer tipo de trabalho ou projeto, aquele que realiza seu trabalho com paixão, habilidade e cuidado artesanal.
O hacker é um pesquisador nato e continuo das estruturas e sistemas que geram e nutrem as tecnologias, seus recursos e parafernalias...ele é o conhecedor, colaborador e disseminador das descobertas sobre todo o sistema que envolve as tecnologias, trabalho e informação.

O CRACKER sim seria o "criminoso" o que tem as mesmas qualidades cognitivas de pesquisa, investigação, a vontade e o prazer no trabalho de um Hacker, mas não utiliza das suas descobertas e informações de maneira ÉTICA, pois invade paginas da web, descobre sistemas secretos apenas para burlar, incapacitar, obstruir ou como criminalidade, rebeldia e em benefício proprio na maioria das vezes...

Segundo Pekka Himanen e outros estudiosos, os verdadeiros Hackers são responsáveis por desenvolvimentos de sistemas, como a internet, entre outros. Os verdadeiros Hackers, modificam e melhoram equipamentos, beneficiando a todos, sem prejudicar ninguém, ao contrário dos Crackers.

Os Crackers são na verdade a grosso modo "Os Hackers do mau", fazem a mesma coisa, desenvolvem sistemas, mas ao contrário dos Hackers, beneficiam a si próprios, prejudicando os outros envolvidos ou apenas por rebeldia e auto-valorização/vanglorização.












E por falar em Rádio...

Falando da rádio... ops.. digo, ainda sobre o tema Rádio...foi proposto a nós , pós-graduandos do curso Tecnologias e Novas Educações da Universidade Federal Da Bahia uma discussão e um breve resumo em forma de transmissão de rádio (como uma entrevista, radio novela e etc) sobre o livro CIBERCULTURA de PIERRE LEVY.

AQUI ESTÁ UMA DE NOSSAS PRODUÇÕES, SOBRE O CAPITULO IX DESSE LIVRO, "A ARTE DA CIBERCULTURA" .

O Radio .... AM e FM nas escolas, nas comunidades e no mundo!

Todo mundo sabe e não é nenhuma novidade, o RÁDIO é uma tecnologia comunicacional mais antiga, utilizada e mais eficiente do mundo! Mesmo com todos os avanços tecnológicos atuando como meios de comunicação como a TV, a web e a internet, o radio continua sendo um dos principais e mais acessiveis meios de informação, instrução, educação e cultura em toda a parte do mundo. Sendo assim, não é difícil de entender como nos dias de hoje esse recurso se tornou apesar de simples e "barato" (que fique claro, não o custo de se fazer uma rádio, mas sim de apreciar, ouvir) tão comum e admirável nas mais diversas discussões visando produções de conhecimento nas escolas e em outros e diversos ambientes educacionais, como a academia e universidades. Além da radio na web e internet.

Desta maneira, uso do rádio na educação e nas escolas cria um canal de comunicação, divulgação e produção cultural, além de promover a ludicidade, a capacidade de criar e recriar de brincar de construir uma nova maneira de ler o mundo, fazendo com que os alunos se expressem e se coloquem de forma crítica, contribuindo desta maneira, para a sua formação como cidadão.

No Curso de Especialização da UFBA, TECNOLOGIAS E NOVAS EDUCAÇÕES, no modulo 1 tivemos oportunidade de conhecer e debater sobre o tema RÁDIO NA ESCOLA onde foram apresentados trabalhos desempenhado por três profissionais: o diretor da Rádio Educadora de Salvador, a Coordenadora da ONG Cipó e a coordenadora do Mais Educação (Programa de Atividades em turno oposto) que produz nas escolas públicas estaduais, foi possível perceber que o uso da rádio como recurso pedagógico pode ser viável (apesar do custo), prazeroso e criativo com a junção e ajuda toda a comunidade escolar.

Neste evento, sobre a introdução e implementação da RÁDIO NOS AMBIENTES ESCOLARES, foi citado e discutido a extrema importancia e necessidade do planejamento politico pedagogico, bem como o envolvimento de todos na escola. Funcionários, professores, alunos, além da comunidade local devem abraçar "a causa" e estar inseridos e envolvidos neste projeto como um todo...um todo de informação, colaboração, produção, criatividade, cidadania etc!

"Z-Y-C,...BEM VINDOS A RADIO NA EDUCAÇÃO...ELA JÁ ESTÁ NO AR... SÓ DEPENDE DE TODOS NÓS... EDUCADORES, ESTUDANTES E COMUNIDADE!"